O que irrita a Lily

Podia passar horas a falar sobre este tema, mas não temos tempo. Assim, e como já não me livro da fama (tendo em conta os posts anteriores dos outros membros do bando), vou referir algumas situações que me conseguem tirar do sério.

Podemos começar pelos simpáticos funcionários dos serviços públicos, sejam eles da segurança social, das finanças ou dos correios ali da esquina. Gosto particularmente quando se dirigem a mim com cara de "odeio o meu trabalho e não quero saber que sejam os teus impostos que me pagam o ordenado, vais levar com o meu mau humor". É recompensador saber que estes mesmos funcionários estão sempre bem informados e quando tenho de fazer uma simples pergunta, por exemplo, nas finanças, cada um dá uma resposta diferente. É que apetece dizer "ai pá, vocês aqui são tão divertidos, sempre a pregar partidas às pessoas hahaha". Se querem um conselho, façam como eu: depois de 2 ou 3 respostas diferentes, troquem de repartição e rezem para encontrarem um funcionário mais simpático e que vos explique realmente como as coisas são.

Costumo ir a duas estações de correios, conforme me dá mais jeito: uma na Avenida da República, em Lisboa, e outra no Seixal, perto de onde vivo. Na Av. da República sempre fui bem atendida. Aliás, até parece que estão a ser filmados, pois a simpatia é acima da média. "É só para enviar a cartinha? Não quer mais nada? Um livrinho, um CD? Olhe aqui estas t-shirts tão giras!" E sim, estou a falar de uma estação de correios, não pensem que é de uma banca na feira. No Seixal também costumo ser bem atendida, tirando um dia em que tive de lá ir devolver uma encomenda. A senhora olhou para a embalagem, olhou para mim e diz de forma agressiva "Isto não pode seguir assim!! Tem de se fechar melhor!!" e eu respirei fundo e fiquei a olhar para ela com cara de "peço desculpa por ter aberto uma encomenda que até vinha em meu nome e por não ter colado melhor mas foi o que se pôde arranjar". Nisto saca do agrafador e eu pensei de imediato que ia ficar com uns agrafos distribuídos pelo meu corpo. Lá descarregou o stress e agrafou a embalagem para ficar melhor fechada. Como se isto não fosse já suficiente, voltou a falar para mim em tom ameaçador: "Agora tem de preencher os dados neste papel!". Eu, a medo, digo "com certeza, dê-me lá o papel". Ficou tudo tratado e consegui sair sem ter sofrido danos físicos.

Para finalizar, as situações que realmente me conseguem chatear são as que se passam na estrada. Não suporto chicos espertos, do tipo "tás aí na fila mas eu passo-te por este lado e já me enfio lá à frente". Há tempos um ia ficando sem pintura no carro por estar a enfiar o nariz à minha frente. Eu colada ao da frente e ele a meter-se, eu avançava e ele também. Até que olhou para mim, fez um gesto com as mãos como quem diz "então pá" e eu fiz-lhe uma cara de poucos amigos como quem diz "fica mas é aí sossegadinho que à minha frente não passas, ó palhaço". E claro que ficou no seu devido lugar à espera que o deixassem meter, porque à minha frente não passou. Eu até sou tolerante, agora fazerem de mim parva é que não.

Entretanto, descobri que há uns condutores com espírito assassino por aí: são os condutores de Smarts. Há relativamente pouco tempo, ia tendo um encontro imediato com um. Ia eu descansadinha a contornar uma rotunda quando o tal Smart resolve entrar logo atrás de mim. Aliás, eu nem sequer o vi atrás de mim, vi-o de repente à minha direita e a querer seguir para o mesmo lado que eu (entenda-se que eu já estava a sair da minha faixa com o pisca devidamente a funcionar). Tive de travar (caso contrário teria batido e de que maneira) e apitei furiosamente. E lá foi o raio do Smart, certamente feliz da vida porque me passou à frente. É nestas alturas que eu gostava de ter um daqueles jipes que mais parecem autocarros, porque nessa situação não teria travado.

Acho que está na altura de parar, o post já vai demasiado longo. E aos restantes membros da quadrilha, o que vos tira do sério? Agora é que quero ver se só eu é que tenho mau feitio... Vamos, confessem vá.