Caríssimos, penso que temos motivo para alarme: como já devem ter percebido (e quem não percebeu fica a perceber agora), eu e a Carla vamos fazer uma viagem. Até aqui tudo muito normal. A questão é que eu me descaí ao dizer que levo um saco extra para as compras e sei, de fonte segura, que a Carla tem uma lista que, nesta altura, já deve ir em 10 páginas de artigos que pretende trazer.
Até aqui continua tudo bem. A questão é que para quem vai/regressa dos Estados Unidos, as regras são ligeiramente diferentes, ou seja, há muito mais segurança, abrem as malas, etc.
Já tenho um pedido especial da Sofia para filmar a nossa viagem na íntegra. Eu respondi que não se preocupasse, pois tenciono usar muito a máquina, especialmente no aeroporto quando a Carla estiver a ser revistada. Vou focar sobretudo a mala dela para vocês testemunharem que não estou a gozar quando digo que ela vai trazer a Sephora toda atrás. Seja como for, não te preocupes Carla! A Lily jamais te abandonará e estarei sempre ali, firme e segura a apoiar-te e até ligo ao advogado para ir ter contigo à sala de interrogações.
Posto isto, e como eu até tenho muita sorte nestas coisas, o mais certo é eu ir dentro também. É que se avaliarmos pelo que me aconteceu numa das vezes que regressei de Londres, digamos que a probabilidade de ser revistada é elevada. Dessa vez que acabei de referir, quando estávamos a entrar na sala de embarque, eu fui a primeira a ser "sorteada" para ser inspeccionada. Quer dizer, eu salvo seja. O meu saquito... Sim, eu apenas trazia um saco (e o resto do pessoal a entrar com malas e mochilas), mas creio que o tubito com uma tela lá dentro deve ter despertado a atenção da segurança. O que eu acho giro é perguntarem-me o que tem lá dentro, eu responder e acreditarem em mim, pois não foram verificar.
Numa outra viagem, estava eu e a Maguita a passar no controlo em Lisboa e, depois de passarmos as malas no raio-X, o segurança perguntou-lhe se trazia talheres dentro da dela. Respondeu que não e ele também não foi verificar. Mas pronto, a malta aqui é mais descontraída e tal. Até pode parecer uma faca, mas não há-de ser nada.
Ora se multiplicarmos todas as medidas de segurança por 5 tendo em conta que estamos a falar dos EUA, acho que devemos guardar umas moedas para usarmos no único telefonema a que teremos direito.
Conto especialmente com o B. e a Maguita, os restantes membros do quarteto, para não nos abandonarem nesse possível momento difícil das nossas vidas. Maguita, espero que nos leves aqueles bolinhos de limão à prisa e tu B., ficas encarregue de planear a nossa fuga.
Aos restantes leitores, façam-nos umas visitas de vez em quando, de preferência levando uns docinhos.